Laser para onicomicose: Conheça o tratamento

Laser para onicomicose

A onicomicose é uma doença que acomete as unhas, alterando sua aparência e prejudicando sua função. Causa mudanças no formato, em especial nas pontas, e mudança de coloração e textura. Pode se apresentar de diversas formas e frequentemente resulta na degradação da unha, sendo mais comum nas unhas do pé.

Ela é causada por um fungo, assim como a micose, que se aproveita de alguma situação de debilidade para formar colônias nas unhas. Devido a essa semelhança com a micose, é popularmente conhecida como “micose de unha”. É comum que aconteça em casos de má circulação, sistema imunológico debilitado, diabetes, entre outros.

Além do efeito estético, também pode causar dor, dificuldade de utilização dos dedos (por aumento da sensibilidade e dificuldade de aplicar força) e, devido à degradação da unha, aumenta-se também o risco de outras infecções oportunistas.

Iniciar rapidamente o tratamento das unhas é, portanto, vital para a saúde dos dedos e do corpo. Caso perceba uma mudança no aspecto das unhas, é necessário consultar um dermatologista para saber quais são as causas e os tratamentos necessários.

A mudança da aparência das unhas nem sempre é causada pela onicomicose. Processos naturais de envelhecimento também podem causar isso. Porém, o dermatologista é a pessoa mais apta para diferenciar processos naturais de doenças que acometem as unhas. 

No caso da onicomicose, uma forma de realizar o tratamento é utilizando laser. O laser é uma ferramenta de tratamento utilizada em muitos âmbitos médicos e cosméticos. Ele apresenta a vantagem de ser eficiente e com poucos efeitos colaterais, portanto pode ser uma boa opção para o tratamento dessa doença.

Saiba mais sobre o laser para onicomicose. 

Uso de laser para onicomicose

A onicomicose pode ser causada por diversos tipos de fungos. Alguns deles se alojam na superfície da unha e a degradam a partir dessa parte. Outros se alojam abaixo da unha, por exemplo, na matriz ungueal, tecido responsável pela formação da unha.

Nessas regiões, o fungo se multiplica e se alimenta da unha para obter energia e nutrientes, aumentando sua capacidade reprodutiva.

O tratamento, em geral, consiste no uso de medicamentos antifúngicos, comumente tópicos. O medicamento deve ser usado conforme orientação médica para garantir sua eficácia.

O medicamento por si, porém, não apresenta capacidade total de eliminar a infecção. Ele atua no da mesma, e com isso contribui para que o corpo desenvolva capacidade de eliminação da onicomicose.

O sucesso desse tipo de tratamento depende do crescimento das unhas. O antifúngico permite o retorno do crescimento saudável da unha, controlando a proliferação dos fungos, mas a eliminação se dá pela remoção das partes já afetadas.

Por depender do processo de crescimento e corte das unhas, esse tipo de tratamento pode durar de seis meses a um ano, a depender do caso e da pessoa.

Devido a isso, o uso do laser para o tratamento de onicomicose está se popularizando. O laser é utilizado para atingir diretamente as colônias fúngicas, ao invés de depender da difusão do medicamento antifúngico, apresentando efeito mais direto e obtendo resultados em menos tempo.

O tratamento a Laser para onicomicose

O tratamento consiste no uso de um laser de baixa potência e com capacidade de penetração suficiente para atingir o tipo de fungo que está se proliferando. Caso o fungo se prolifere na superfície da unha, é possível utilizar um laser com menor capacidade de penetração que o utilizado para atingir a matriz da unha, por exemplo.

O laser age causando um aumento repentino e localizado da temperatura. O laser é um feixe concentrado de luz de alta energia, o que permite esse esquentamento rápido.

O aumento repentino da temperatura causa a morte das células fúngicas presentes na região, e uma leve danificação do tecido corporal no entorno. As células fúngicas mortas são absorvidas pelo corpo, e os danos estimulam o corpo a recuperar aquela região, contribuindo para que retorne a seu estado saudável.

Esse estímulo da região também proporciona maior velocidade de crescimento da unha, o que contribui para a eliminação rápida do fungo.

Em geral, são necessárias de 6 a 12 sessões, espaçadas em uma ou duas semanas. O número e espaçamento das sessões, assim como a duração de cada sessão, varia conforme a pessoa, número de dedos afetados, extensão da infecção, entre outros fatores.

Antes e depois do tratamento

É importante a análise prévia das unhas afetadas pelo dermatólogo responsável para avaliar qual o tipo de fungo envolvido e sua profundidade, para com isso determinar qual o melhor procedimento a laser a ser utilizado.

É importante que as unhas estejam limpas e sem esmalte durante as sessões. Deve-se também discutir possíveis contraindicações ao procedimento com seu especialista. Em geral, tratamentos a laser não são indicados para pessoas cardíacas, grávidas e lactantes, nem para pessoas que estejam utilizando anticoagulantes ou Aspirina (ácido acetilsalicílico) diariamente.

Caso existam outras doenças presentes na unha ou na região ao seu entorno em conjunto com a onicomicose, o tratamento também pode ser contraindicado.

Devido às altas temperaturas envolvidas, pode haver a ocorrência de dor, ardência, vermelhidão e inchaço no local durante e até poucos dias após as sessões. Por isso, é possível o uso de analgésicos tópicos durante as mesmas, e o uso de analgésicos durante os dias seguintes, conforme recomendação médica.

Dependendo do processo, pode também ser recomendado que não sejam aplicados esmaltes durante o tratamento e que se evite exposição excessiva ao sol, visto que os tecidos ao redor das unhas podem se tornar mais sensíveis.

Como o tratamento causa leves danos nessa região, após finalização do mesmo a unha pode adquirir uma coloração acastanhada. Isso é parte do processo de cicatrização e é esperado. Após algumas semanas a coloração se normalizará. Em caso de dúvidas, porém, consulte com seu dermatologista.

Laser para onicomicose

A onicomicose

A onicomicose geralmente é o resultado de uma diminuição da capacidade do corpo de combater infecções na região das unhas. Pode ser originada devido a problemas imunológicos generalizados, por exemplo, devido a diabetes ou à AIDS, ou de problemas localizados, como de circulação sanguínea.

Como atualmente o uso de computadores durante o dia a dia é mais comum, especialmente devido ao trabalho, é comum que as pessoas passem muitas horas seguidas sentadas, comprometendo a circulação nos membros inferiores.

Porém, a realização de exercícios físicos intensos também contribui para o desenvolvimento da onicomicose. O impacto do pé calçado no solo, assim como o impacto direto nas unhas, pode ocasionar a formação de pequenas trincas nas mesmas. Isso, em conjunto com a umidade, escuridão e temperatura da região, facilita o desenvolvimento da doença.

A combinação disso com o uso de sapatos fechados durante esse tempo, possivelmente agravada pelo histórico familiar, aumenta as chances da onicomicose se desenvolver.

A onicomicose pode se desenvolver sozinha, visto que os esporos dos fungos envolvidos estão presentes no ar, mas é também contagiosa. O contágio pode ocorrer por contato com as partes afetadas e compartilhamento de utensílios que envolvem a unha, como cortadores de unha.

A presença de micose (também conhecida como “pé de atleta”) é outro fator que pode contribuir para a ocorrência de onicomicose.

A idade (as chances aumentam acima dos 40 anos), contato constante com água e uso de antibióticos por longos períodos podem também contribuir.

Além do tratamento tópico e a laser para onicomicose, já descritos anteriormente, existe também um tratamento por via oral. Ele consiste na ingestão regular de um medicamento antifúngico, desenvolvido especialmente para o tratamento da onicomicose.

O tratamento se mostra bem efetivo, e durante seu uso ele possibilita o retorno ao crescimento saudável da unha, mantendo a população fúngica sob controle. Seu uso prolongado, porém, está associado ao desenvolvimento de problemas no fígado, portanto, não é muito usado atualmente.

Independente do procedimento utilizado, o tratamento deve ser seguido de uma mudança de hábitos, se possível, e acompanhamento médico, se necessário.

É preciso examinar as causas envolvidas no surgimento da doença para descobrir a melhor forma de preveni-la.

Se a causa for má circulação, é preciso desenvolver o hábito de realizar exercícios físicos com frequência e evitar se manter muito tempo parado, seja em pé ou sentado.

Não utilizar o mesmo sapato em dias seguidos, não utilizá-lo por múltiplas horas seguidas e optar por calçados respiráveis pode contribuir para evitar isso também, assim como evitar o compartilhamento de cortadores e lixas de unha.

Deve-se também dar mais atenção na lavagem dos pés e das mãos, lavando-os e secando-os cuidadosamente todos os dias, para evitar a proliferação dos fungos na superfície dos mesmos.

É necessário, porém, discutir sobre essa questão com o dermatologista que acompanha o caso para obter orientações mais detalhadas e específicas.

Sobre o laser

Os tratamentos a laser vêm se destacando no tratamento de problemas que acometem a superfície da pele ou camadas logo abaixo, como cicatrizes, estrias e celulite.

Isso se deve à flexibilidade da tecnologia, que pode apresentar diferentes capacidades de penetração, sua atuação localizada e precisa, a baixa intensidade dos efeitos colaterais, baixo tempo de recuperação após cada sessão, e estímulo à produção de colágeno e elastina pelo corpo, causando um efeito rejuvenescedor.

Existem vários tipos de laser utilizados para tratamentos médicos e cosméticos, variando conforme suas capacidades e possíveis aplicações.

No caso da onicomicose, em geral, utiliza-se o laser Nd:YAG. O Nd:YAG é um laser de baixa penetração, capaz de atravessar a epiderme, camada mais externa da pele, e agir na derme, camada presente logo abaixo. Devido a essa capacidade penetrativa e maior energia comparado a lasers mais superficiais, é utilizado, por exemplo, para o tratamento de cicatrizes hipertróficas.

O nome “Nd:YAG” é originado do cristal utilizado para a geração do laser, conhecido como granada de ítrio e alumínio (YAG) com a adição de pequenas partículas de neodímio (Nd) para modificar as propriedades do feixe de luz.

O Nd:YAG apresenta duas variantes que podem ser utilizadas no tratamento, a depender do caso: ablativo e não ablativo.

O laser ablativo é o laser usual. No caso do Nd:YAG, consiste em um laser que apresenta capacidade de penetrar a epiderme e agir na derme, destruindo as células alvo sem causar prejuízos significativos para as células ao redor.

Esse tipo de laser pode também ser acompanhado pelo uso de um medicamento tópico para aumentar a eficácia do tratamento. Esse medicamento se aproveita da criação de pequenas trincas na unha durante o procedimento para atingir os fungos de forma mais direta.

A palavra “ablativo” significa “que pode retirar de algo”, fazendo referência ao seu potencial de adentrar a pele para a remoção de impurezas indesejadas.

O laser não-ablativo é geralmente um laser pulsado que apresenta menor capacidade de penetração. Por isso, apresenta ação superficial. Esse tipo de laser apresenta menor potencial para causar desconforto e efeitos colaterais, não sendo necessária a aplicação de anestésicos ou analgésicos. Porém, só é eficaz para casos de onicomicose superficial.

Os lasers para tratamentos médicos e cosméticos estão em constante evolução, com novos e inovadores modelos sendo introduzidos nos consultórios a cada ano, portanto também é possível que a clínica em que realiza tratamento não utilize o Nd:YAG.

É necessário, porém, conhecer as características do laser a ser utilizado para saber sobre possíveis contraindicações e efeitos colaterais, portanto discuta essa questão com seu dermatologista previamente.

Conclusão

A onicomicose é uma doença que afeta as unhas e pode causar grandes danos a sua aparência e função. É causada por um fungo e é tratável, sendo possível recuperar o aspecto anterior da unha, especialmente se tratada logo nos estágios iniciais.

Porém, o tratamento usual, baseado no uso de medicamentos tópicos, tende a ser lento, visto que depende do crescimento da unha para a eliminação da infecção.

O tratamento a laser para onicomicose se diferencia nesse aspecto, pois sua atuação direta e localizada apresenta maior eficiência em remover os fungos causadores da doença. Desse modo, o tratamento tende a requerer menos tempo para ser efetivo, embora ainda dure alguns meses.

Felizmente, ele se mostra pouco invasivo e destrutivo, apresentando efeitos colaterais leves e baixo nível de desconforto, de forma semelhante a suas outras aplicações médicas e cosméticas. Por isso, é utilizado em muitos casos de onicomicose.

Essa tecnologia está em constante melhoria, e a tendência é que aumente sua eficiência e diminua os efeitos colaterais ao longo dos próximos anos.

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Sobre o autor:

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CRM-SP: 156490 / RQE: 65521. Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Residência Médica em Dermatologia pela UNIFESP. Pós-Graduação em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês (SP). Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP). Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA (Principles and Practice of Clinical Research).

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