Laser Discovery Pico para Tratamento de Melasma

A busca por um tratamento de melasma eficaz e confortável tem encontrado na tecnologia de lasers de picossegundos uma esperança promissora.

Discovery Pico, um laser de última geração, vem se destacando por oferecer um tratamento dermatológico sem dor ou com desconforto mínimo, ajudando a clarear as manchas escuras do melasma com segurança e eficiência. Neste artigo, explicaremos o que é o melasma, como age o laser de picossegundos nesse contexto, as vantagens específicas do equipamento Discovery Pico, seu papel em um tratamento multimodal, comparações com outros métodos (como peelings químicos e luz pulsada intensa), os cuidados pré e pós-procedimento e uma seção de perguntas frequentes para esclarecer as principais dúvidas.

O que é o melasma?

melasma é uma condição dermatológica caracterizada pelo surgimento de manchas escurecidas (castanhas ou acinzentadas) na pele, principalmente no rosto. Essas manchas geralmente são simétricas, aparecendo nas bochechas, testa, nariz, lábio superior e têmporas. Em alguns casos, podem surgir também em áreas como antebraços e colo, regiões frequentemente expostas ao sol. Estima-se que cerca de 6 milhões de mulheres brasileiras sofram com melasma, o que corresponde a aproximadamente 8,5% da população feminina do país. Embora possa afetar homens, é muito mais comum em mulheres em idade fértil.

Causas e fatores de risco: O melasma é de origem multifatorial. A exposição crônica à radiação ultravioleta (sol) é um dos principais desencadeantes, pois estimula a produção exagerada de melanina (pigmento da pele) pelos melanócitos. Alterações hormonais também desempenham um papel importante – por exemplo, gravidez (quando o melasma é popularmente chamado de “máscara da gravidez”), uso de pílulas anticoncepcionais e reposição hormonal podem precipitar ou agravar o quadro. Além disso, há predisposição genética: pessoas com história familiar de melasma têm maior propensão a desenvolvê-lo. Outros possíveis gatilhos incluem luz visível (como luz de lâmpadas e telas), calor excessivo e certos cosméticos ou medicamentos que tornam a pele mais sensível ao sol.

Tipos de melasma: Clinicamente, o melasma se apresenta em três padrões. No melasma epidérmico, o excesso de melanina se concentra na camada superficial da pele (epiderme), resultando em manchas de tom marrom acastanhado com contornos bem definidos. No melasma dérmico, o depósito de melanina ocorre em camadas mais profundas (derme), conferindo às manchas um tom acinzentado ou azulado difuso. Há ainda o melasma misto, o tipo mais comum, em que há pigmento tanto na epiderme quanto na derme, causando manchas de tonalidade mista (marrom-acinzentadas).

Impacto na vida do paciente: Apesar de não causar sintomas físicos como dor ou coceira, o melasma pode ter impacto significativo na qualidade de vida e autoestima. As manchas no rosto muitas vezes causam desconforto estético, levando pessoas a sentirem-se constrangidas ou ansiosas em relações sociais. Estudos dermatológicos indicam que cerca de metade dos pacientes com melasma relatam diminuição da autoestima e da confiança devido à condição – efeito que tende a ser maior quanto mais visíveis e extensas são as manchas. Por isso, tratar o melasma não é apenas uma questão estética, mas também pode melhorar o bem-estar emocional do paciente.

Como o laser de picossegundos age no melasma?

Os lasers de picossegundos representam uma evolução no tratamento de lesões pigmentares como o melasma. Diferentemente dos lasers tradicionais (como os nanosegundos ou outros recursos de luz), que atuam principalmente através de efeito térmico (calor) para destruir o pigmento, o laser de picossegundo emite pulsos ultracurtos de energia – na escala de trilionésimos de segundo. Esses pulsos extremamente rápidos produzem um efeito fotoacústico: em vez de aquecer e queimar o tecido, a energia do laser cria ondas de pressão que fragmentam o pigmento de melanina em partículas microscópicas.

No melasma, há um depósito excessivo de melanina nas camadas da pele. Ao direcionar o laser de picossegundos para as áreas escurecidas, o feixe de luz atravessa a pele em uma duração tão breve que não chega a danificar significativamente as células ao redor. A melanina presente nas manchas absorve a energia do laser e se despedaça em fragmentos minúsculos (como se “explodisse” o pigmento). Esses micro-fragmentos de pigmento podem então ser eliminados gradualmente pelo organismo, através do sistema imunológico e processos naturais de renovação da pele. O resultado, ao longo de algumas sessões, é um clareamento visível das manchas de melasma.

Um ponto importante é que essa tecnologia tem alta precisão para atingir diferentes profundidades conforme o comprimento de onda utilizado. Por exemplo, lasers de picossegundo em 1064 nm (no espectro Nd:YAG) penetram mais profundamente na pele, sendo eficazes para pigmentos localizados na derme (melasma mais profundo), enquanto pulsos em 532 nm alcançam camadas mais superficiais, tratando pigmentos epidérmicos. Essa versatilidade é crucial, já que o melasma misto exige alcance em múltiplos níveis da pele.

Além disso, por operar principalmente via fotoacústica e não esquentar tanto a área tratada, o laser de picossegundos tende a gerar menos dano térmico à pele normal. Isso se traduz em menos riscos de efeitos colaterais como queimaduras ou inflamação excessiva. Na prática, o procedimento costuma ser rápido e praticamente indolor: muitos pacientes relatam apenas uma leve sensação de pinicação ou pequenos “estalos” na pele conforme os disparos do laser acontecem.

Não há necessidade de anestesia na maioria dos casos, e a sessão dura poucos minutos por região. Logo após o tratamento, a área pode ficar avermelhada e levemente inchada, mas isso é temporário – geralmente a vermelhidão desaparece em poucas horas ou no dia seguinte. Diferente de procedimentos agressivos, o laser de picossegundos não deixa feridas abertas nem provoca descamação intensa, portanto o tempo de recuperação (“downtime”) é mínimo ou inexistente.

Vantagens do equipamento Discovery Pico

Dentro do universo dos lasers de picossegundos, o Discovery Pico destaca-se como um dos equipamentos mais avançados e eficazes disponíveis atualmente. Desenvolvido com tecnologia de ponta, ele incorpora diversas características que trazem benefícios específicos no tratamento do melasma e de outras lesões cutâneas pigmentadas. Dentre as principais vantagens do Discovery Pico, podemos citar:

  • Múltiplos comprimentos de onda: O aparelho é capaz de operar em três comprimentos de onda distintos (por exemplo, 532 nm, 1064 nm e um terceiro de faixa próxima ao visível). Isso significa maior versatilidade para ajustar o tratamento conforme a profundidade e o tipo do pigmento. Pigmentos superficiais e profundos podem ser alcançados com eficácia, tornando-o adequado para diferentes padrões de melasma.
  • Alta potência e precisão: O Discovery Pico foi projetado para entregar pulsos de energia extremamente concentrados e rápidos, com alta potência de pico. Essa potência permite “pulverizar” até os depósitos de melanina mais resistentes em partículas minúsculas. A precisão do feixe garante que a energia seja direcionada quase que exclusivamente ao alvo (o pigmento), poupando as áreas adjacentes saudáveis.
  • Tecnologia fotoacústica avançada: Utilizando o princípio da “fotoacustólise seletiva”, este laser gera ondas de choque que destroem o pigmento sem gerar calor excessivo. Na prática, isso resulta em menos dor durante o tratamento e reduz significativamente o risco de efeitos adversos como hiperpigmentação pós-inflamatória (escurecimento reativo da pele) ou cicatrizes. Muitos pacientes consideram o procedimento bastante confortável, comparando a sensação a pequenos impactos rápidos na pele.
  • Tratamento mais rápido e menos sessões: Graças à sua eficiência, o Discovery Pico frequentemente alcança resultados em um número menor de sessões em comparação com lasers mais antigos ou outros métodos. Em média, recomenda-se uma série de aproximadamente 3 a 4 sessões, espaçadas em torno de um mês cada, para obter um clareamento significativo do melasma. Alguns casos podem requerer sessões adicionais de manutenção, mas ainda assim o intervalo entre elas costuma ser maior devido à durabilidade dos resultados.
  • Segurança em diferentes tipos de pele: Por combinar pulsos ultracurtos e alta especificidade, este laser pode ser utilizado em fototipos de pele variados (claros ou mais morenos) com um perfil de segurança favorável. Claro que a regulagem dos parâmetros deve ser feita pelo dermatologista de forma individualizada, mas a possibilidade de tratar peles mais escuras com menor risco de complicações é um diferencial importante – especialmente relevante, já que o melasma é frequente em pessoas de pele morena.
  • Múltiplas aplicações dermatológicas: Embora nosso foco aqui seja o melasma, vale mencionar que o Discovery Pico é um equipamento versátil. Ele também é empregado para remoção de tatuagens multicoloridas, tratamento de manchas solares, sardas e até para rejuvenescimento e melhoria de cicatrizes de acne (quando acoplado a handpieces fracionados específicos). Essa robustez tecnológica é um indicativo da confiabilidade do aparelho e de sua alta performance em diversos cenários.

Laser de picossegundos dentro de um tratamento multimodal

Embora o laser Discovery Pico ofereça resultados animadores, é fundamental entender que o melasma é uma condição crônica e complexa. Raramente uma única modalidade de tratamento será suficiente para um controle duradouro das manchas. Por isso, os dermatologistas costumam adotar uma abordagem multimodal, combinando o laser com outras terapias para potencializar os resultados e prevenir recorrências.

Um dos pilares do tratamento do melasma é o uso de cremes clareadores tópicos. Substâncias como a hidroquinona (um despigmentante clássico), o ácido tranexâmico, o ácido kójico, o ácido azelaico, a tretinoína (derivado de vitamina A) e a vitamina C são comumente utilizadas em cremes ou loções para reduzir a produção de melanina e uniformizar o tom da pele. Esses agentes tópicos podem ser usados antes, durante e após as sessões de laser, conforme orientação médica, atuando de forma complementar: enquanto o laser quebra o pigmento existente, os cremes ajudam a frear a formação de novo pigmento.

Outra peça indispensável no manejo do melasma é a fotoproteção rigorosa. Protetor solar de amplo espectro (contra UVA, UVB e luz visível) deve ser aplicado diariamente, mesmo em dias nublados ou quando se permanece em ambientes internos. Chapéus, bonés e óculos de sol são aliados importantes para proteger a face da radiação UV. Sem essa proteção consistente, mesmo após um tratamento bem-sucedido, as manchas podem retornar rapidamente, dado que a radiação ultravioleta é um dos principais gatilhos do melasma.

Em alguns casos, tratamentos sistêmicos podem ser introduzidos no protocolo multimodal. Um exemplo é o uso de medicação oral como o ácido tranexâmico em comprimidos, que tem mostrado eficácia na melhora do melasma em certos pacientes ao agir nos vasos sanguíneos e na inflamação subjacente à mancha. No entanto, terapias orais devem ser avaliadas cuidadosamente por um médico, considerando os potenciais efeitos colaterais e contraindicações.

Além dos cremes e do laser, outros procedimentos dermatológicos podem complementar o cuidado com o melasma. Os peelings químicos superficiais, por exemplo, promovem a esfoliação controlada da camada externa da pele, ajudando a remover pigmento acumulado na epiderme. Já a microagulhamento (microneedling) associado à aplicação de ativos clareadores pode melhorar a entrega desses agentes nas camadas da pele. Há também lasers fracionados não-ablativos e a luz pulsada intensa (IPL) que podem ser indicados em casos selecionados ou como parte do plano de tratamento. Cada recurso tem seu papel, e a escolha depende da avaliação individual de cada paciente (tipo de pele, profundidade do melasma, histórico de tratamentos, etc.).

papel do laser de picossegundos dentro de um tratamento multimodal é atuar como uma ferramenta potente de remoção do pigmento já presente na pele, acelerando os resultados e atingindo camadas que os tópicos isoladamente não alcançam. Porém, ele deve ser visto como parte de um conjunto maior de medidas. A manutenção dos resultados a longo prazo dependerá da combinação com os cuidados diários (principalmente proteção solar e uso de clareadores) e, quando necessário, com outras intervenções dermatológicas.

O melhor plano de tratamento é aquele personalizado, montado pelo dermatologista em acordo com o paciente, abordando todos os aspectos do melasma e não apenas “apagando” a mancha momentaneamente.

Comparação: Laser de picossegundos vs. Peelings e Luz Pulsada (IPL)

Existem diversas opções para tratar melasma e outras hiperpigmentações. Entre os métodos mais conhecidos estão os peelings químicos e a luz pulsada intensa (IPL), além dos lasers tradicionais. Cada abordagem tem mecanismos de ação diferentes, bem como vantagens e limitações.

A seguir, comparamos resumidamente o laser de picossegundos (como o Discovery Pico) com os peelings e a IPL:

MétodoVantagensDesvantagens
Laser de picossegundos
(ex.: Discovery Pico)
Tratamento preciso, atingindo diretamente o pigmento do melasma
Minimamente invasivo: sem causar danos significativos à pele ao redor
Desconforto baixo e praticamente sem downtime (recuperação rápida)
Eficaz também para pigmentos profundos
Risco reduzido de efeitos adversos se utilizado adequadamente
Custo mais elevado por sessão em comparação a peelings comuns
Necessita de equipamento especializado e profissional capacitado
Pode requerer várias sessões (geralmente 3-4 ou mais) para resultado ideal
Resultados podem variar e o melasma pode retornar sem manutenção
Peeling Químico
(ácido glicólico, salicílico, etc.)
Promove renovação da pele, clareando manchas superficiais
Custo acessível e amplamente disponível em clínicas
Também melhora a textura da pele e aparência de linhas finas
Procedimento relativamente rápido
Pode causar ardor, descamação e vermelhidão por vários dias (downtime variável)
Risco de irritação forte podendo agravar o melasma se não for bem indicado
Múltiplas sessões necessárias para efeito sustentado
Age principalmente nas camadas superficiais; melasma dérmico responde pouco
Luz Pulsada Intensa (IPL)Tecnologia de luz ampla que pode tratar tanto pigmentos quanto vasinhos
Procedimento não invasivo, sem cortes
Sem tempo de recuperação significativo (apenas vermelhidão leve pós-sessão)
Cobertura de áreas maiores de forma relativamente rápida
Menos seletiva: pode gerar calor difuso na pele, aumentando risco de rebote no melasma
Não é ideal para todos os tipos de pele (em peles morenas escuras há maior risco de queimaduras ou manchas)
Geralmente precisa de várias sessões (4 ou mais) para notar melhora
Melasma pode não responder bem ou recurvar rapidamente, pois o calor pode estimular melanócitos

Cuidados pré e pós-tratamento com laser

Para garantir a máxima eficácia e segurança do tratamento com o laser Discovery Pico, alguns cuidados antes e depois de cada sessão são altamente recomendáveis:

Antes do tratamento (preparo da pele)

  • Evitar sol e bronzeamento: Nas semanas que antecedem o laser, deve-se minimizar a exposição solar na área a ser tratada. Suspenda o uso de bronzeadores artificiais e use protetor solar diariamente. Pele bronzeada aumenta o risco de efeitos indesejados, portanto o ideal é que a pele esteja em seu tom natural no dia da sessão.
  • Interromper ácidos e irritantes: Conforme orientação médica, pare de usar cremes com ácidos fortes (como retinóides, ácido glicólico, etc.) ou outros produtos irritantes na região a ser tratada alguns dias antes do laser. Isso reduz a sensibilidade da pele no dia do procedimento.
  • Pele limpa e íntegra: No dia do tratamento, compareça com a pele limpa, sem maquiagem, cremes ou filtros solares aplicados. Não realize procedimentos agressivos (como depilação, esfoliação vigorosa ou peelings) nas 1–2 semanas anteriores, para evitar irritações. Caso haja qualquer ferida, corte ou infecção ativa (como herpes) na área, informe seu dermatologista, pois poderá ser necessário adiar a sessão até a pele estar recuperada.
  • Medicações e orientações específicas: Siga todas as recomendações do profissional. Em alguns casos, o médico pode prescrever o uso de um creme clareador ou despigmentante nas semanas prévias para preparar a pele, ou até medicações antivirais profiláticas (se você tiver histórico de herpes, por exemplo). Também pergunte sobre a necessidade de anestésico tópico; embora o laser de picossegundos seja geralmente tolerável sem anestesia, algumas clínicas podem oferecer um creme anestésico leve para maior conforto.

Depois do tratamento (cuidados pós-laser)

  • Proteção solar intensiva: Após a sessão de laser, a pele tratada fica mais sensível à luz. Aplique filtro solar de alto fator de proteção (FPS 50+, com proteção UVA) e evite exposição direta ao sol. Esse cuidado deve ser rigoroso nos primeiros dias e mantido ao longo de todo o tratamento de melasma para prevenir recidivas.
  • Hidratação e reparação: Use os produtos recomendados pelo seu dermatologista para auxiliar na recuperação da pele. Geralmente indicam-se hidratantes suaves e não comedogênicos na área tratada. Produtos com ativos calmantes (como panthenol, aloe vera ou água termal) podem aliviar eventuais sensibilidades. Em alguns casos, o médico pode prescrever pomadas com ação reparadora ou um creme com corticoide leve por poucos dias para reduzir qualquer inflamação.
  • Não traumatizar a pele: Evite esfregar ou coçar a região tratada. Nas primeiras 24-48 horas, lave o rosto com água fria ou morna e sabonete neutro, sem usar esponjas ou esfoliantes. Não aplique maquiagens ou cosméticos irritantes (como ácidos) no dia do procedimento e, idealmente, no dia seguinte também. Deixe a pele “respirar” e se recuperar naturalmente.
  • Observação de reações: É normal notar que as manchas ficam temporariamente mais escuras logo após o laser – isso ocorre porque o pigmento fragmentado começa a ser reabsorvido. Pequenos pontinhos ou crostas superficiais podem surgir e descamar em alguns dias; não arranque as casquinhas. Mantenha contato com o dermatologista e relate qualquer reação incomum, como vermelhidão intensa por mais de 3 dias, inchaço significativo, bolhas ou sinais de infecção, embora esses efeitos sejam raros com o pico laser.
  • Seguir as orientações entre sessões: O intervalo entre as sessões costuma ser de 4 semanas ou conforme indicado. Nesse meio-tempo, continue usando os cremes clareadores ou outras medicações prescritas, bem como o protetor solar diário. A combinação do tratamento em consultório com a manutenção domiciliar adequada é o que trará o melhor resultado final.

Perguntas Frequentes (FAQ)

O tratamento com laser de picossegundos dói?

Felizmente, o laser de picossegundos é conhecido por ser bem tolerado e praticamente indolor para a maioria dos pacientes. Durante as aplicações, você pode sentir apenas um leve formigamento ou pequenas picadas na pele, mas nada comparado à dor de lasers mais antigos ou procedimentos como alguns peelings químicos agressivos. Muitos pacientes nem precisam de anestesia tópica. Caso você tenha muita sensibilidade, converse com seu dermatologista – um creme anestésico pode ser aplicado antes, mas na prática a maioria das pessoas realiza as sessões de Discovery Pico tranquilamente, apenas com um leve desconforto momentâneo.

Quantas sessões são necessárias para tratar o melasma com o Discovery Pico?

O número de sessões pode variar de acordo com a gravidade do melasma e a resposta individual de cada pele, mas em média recomenda-se uma série inicial de 3 a 4 sessões, espaçadas cerca de 30 dias entre si. Após essas sessões iniciais, já se observa uma melhora substancial nas manchas em muitos casos. Alguns pacientes podem necessitar de sessões adicionais para aperfeiçoar o resultado, especialmente se o melasma for profundo ou muito extenso. Além disso, como o melasma é uma condição crônica, podem ser indicadas sessões de manutenção posteriores (por exemplo, 1 ou 2 sessões anuais) para manter as manchas sob controle a longo prazo. O plano ideal será definido pelo dermatologista conforme a evolução do tratamento.

Depois de tratar com laser, o melasma pode voltar?

O laser de picossegundos é uma ótima ferramenta para clarear as manchas de melasma, porém não há cura definitiva para o melasma conhecida até o momento. Isso significa que, mesmo após um tratamento bem-sucedido, existe a possibilidade de o melasma retornar (o chamado “efeito rebote” ou recorrência).

O que o laser faz é remover ou quebrar o pigmento presente; ele não impede, por si só, a pele de produzir nova melanina se os estímulos continuarem. Por isso, é crucial manter os cuidados de manutenção: uso diário de protetor solar, evitar ao máximo a exposição solar direta e, se prescrito, continuar com cremes clareadores mesmo após terminar as sessões de laser. Seguindo essas medidas, os resultados obtidos podem se prolongar e qualquer reaparecimento de manchas será mais brando, facilitando o controle.

O laser Discovery Pico pode ser usado em qualquer tipo de pele?

Uma das vantagens do Discovery Pico é justamente sua versatilidade e segurança em diferentes fototipos. Ao contrário de alguns lasers convencionais que oferecem riscos altos para peles morenas e negras (como queimaduras ou manchas claras/escuras pós-procedimento), o laser de picossegundos, quando aplicado por profissional experiente, pode tratar peles de tons mais altos com segurança relativa.

Ele deposita menos calor na pele e foca mais na ação mecânica sobre o pigmento, o que reduz a ativação dos melanócitos (células produtoras de pigmento) e, consequentemente, diminui o risco de hiperpigmentação pós-inflamatória. Ainda assim, é essencial que a energia e os parâmetros do laser sejam ajustados de acordo com cada paciente. Dermatologistas treinados saberão calibrar o aparelho para o seu tipo de pele específico, garantindo eficácia no clareamento do melasma sem comprometer a segurança.

Quais são as contraindicações ou restrições desse tratamento?

De modo geral, o tratamento com laser de picossegundos é bem tolerado, mas existem algumas situações em que ele não é recomendado. 

Grávidas ou lactantes, por exemplo, geralmente não devem realizar lasers por precaução (além disso, o melasma na gestação tende a ser manejado de forma mais conservadora). Pessoas com infecções ativas na área (como herpes, feridas ou acne severa) precisam tratar essas condições antes de fazer o laser. Quem tem tendência a formar queloides ou cicatrizes hipertróficas deve avisar o médico, pois embora o laser de picossegundos não seja ablativo, todo procedimento cutâneo exige cautela nesses casos.

Pacientes em uso de certos medicamentos fotossensibilizantes (que deixam a pele muito sensível à luz) podem precisar suspender o uso antes das sessões, conforme orientação médica. Por fim, é importante ter expectativas realistas: pessoas esperando “pele 100% perfeita” ou cura total do melasma podem se frustrar – o objetivo do tratamento é melhora e controle, não necessariamente a eliminação definitiva das manchas.

Preciso parar de usar meus cremes enquanto estiver fazendo o laser?

Depende do tipo de creme. Em geral, não é preciso suspender completamente a rotina de cuidados com a pele durante o tratamento com laser, mas alguns ajustes temporários podem ser necessários em torno das sessões. Por exemplo, cremes com ácidos esfoliantes (retinóides, glicólico, etc.) costumam ser interrompidos poucos dias antes e após cada sessão para evitar irritação excessiva.

Já os cremes clareadores (como hidroquinona, ácido tranexâmico ou vitamina C) muitas vezes são continuados entre as sessões, pois ajudam a manter o progresso obtido com o laser. Seu dermatologista fará um plano integrado: geralmente, orienta-se pausar os produtos mais fortes no intervalo imediato pré e pós-laser (alguns dias de cada lado) e retomar assim que a pele estiver calma. Em síntese, os cremes e o laser agem em sinergia, não se excluem mutuamente – ao contrário, o uso combinado costuma trazer melhores resultados do que apenas um ou outro. Siga sempre as recomendações profissionais quanto a quais produtos manter ou suspender em cada fase do tratamento.

Referências

  1. Jiryis B, et al. “Management of Melasma: Laser and Other Therapies – Review Study.” J Clin Med. 2024;13(5):1468.
  2. Shang S, et al. “Picosecond Nd:YAG (1064 nm) vs. Picosecond Alexandrite (755 nm) vs. Hydroquinone in Melasma: A RCT.” Front Med (Dermatology), 2023.
  3. Choi JH, et al. “Low Fluence Q-switched Nd:YAG and Picosecond Alexandrite Laser for Melasma.” Dermatol Surg. 2019;45(1):14-21.
  4. Lu W, et al. “1064 nm Picosecond Laser with Diffraction Lens Array for Melasma in Asians.” Photodermatol Photoimmunol Photomed. 2020;36(6):476-481.
  5. Liu Y, et al. “Picosecond Laser for Recalcitrant Melasma: Case Report and Review.” J Clin Aesthet Dermatol. 2020;13(9):41-44.
  6. American Academy of Dermatology – Melasma: Diagnosis and Treatment.
  7. DermNet NZ – Melasma (Chloasma) Overview.
  8. Skin Science Soul – “PICO Melasma Treatment (Discovery Pico Laser)” – Clinic Information.
  9. Cartessa Aesthetics – Quanta System Discovery Pico (Product Details).

Sobre o autor:

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CRM-SP: 156490 / RQE: 65521. Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Residência Médica em Dermatologia pela UNIFESP. Pós-Graduação em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês (SP). Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP). Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA (Principles and Practice of Clinical Research).

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