Tratamento para cisto sebáceo ou cisto epidérmico

Tratamento para cisto sebáceo

A pele é o órgão mais visível do corpo. Ela cobre nosso corpo todo, o que a torna um dos principais fatores em nossa aparência. Portanto, condições que afligem a pele, sejam elas parte do processo natural de envelhecimento ou não, tendem a afetar nossa aparência e, com isso, nossa autoestima e relações interpessoais.

Diferentes condições afetam a pele e nossa aparência de formas diferentes. A acne, por exemplo, tende a ser uma condição temida, visto que ocorre justamente durante a juventude e cria um aspecto desagradável no rosto. A questão estética tende a ser mais importante que o incômodo causado, visto que este tende a ser mínimo.

Em outros casos, as condições podem dar também a ilusão de que há algo mais sério escondido sob a aparência da mesma. O surgimento de pintas ou lesões pigmentadas de aparência similar pode ser facilmente confundido com um melanoma, causando certa angústia.

Os cistos sebáceos (também conhecidos como cistos epidérmicos) acabam se encaixando nessas duas categorias. Eles consistem em nódulos benignos que podem atingir grandes proporções em certos casos. Por isso, tendem a causar um efeito estético desagradável e a ser confundidos com um nódulo cancerígeno.

Felizmente, em geral, não causam problemas além de certo incômodo, e são facilmente tratáveis. Discutiremos neste artigo sobre as opções de tratamento para cisto sebáceo ou cisto epidérmico.

Melhores opções de tratamento para cisto sebáceo ou cisto epidérmico

As opções de tratamento para cisto sebáceo tendem a ser rápidos e simples. Porém, a escolha do tratamento depende do tamanho do nódulo. É importante, por isso, a consulta com um dermatologista para o encaminhamento correto.

A consulta é também importante para a correta identificação do problema em questão. O cisto sebáceo se assemelha a diversos outros tipos de nódulos, tanto benignos quanto malignos, e somente o diagnóstico correto é capaz de indicar o tratamento correto.

Embora seja benigno, em alguns casos o cisto pode resultar em algumas complicações. Essas complicações resultam da sua tendência a inflamar e a liberar o material contido, o que pode tornar o local mais propenso a infecções. Em certos casos, o cisto também pode ser doloroso e crescer rapidamente, o que pode causar prejuízos ao sono e à qualidade de vida.

Compressas mornas

No caso de cistos pequenos, é possível que sejam removidos naturalmente simplesmente com a aplicação de compressas mornas.

A formação do cisto se deve ao acúmulo de certas substâncias logo abaixo da pele, como o sebo natural dela e a queratina. Em alguns casos, as substâncias impermeáveis que compõem a epiderme, camada mais externa da pele, podem migrar para o interior da pele, impedindo a absorção natural dessas substâncias, favorecendo seu acúmulo. Isso, por sua vez, ocasiona a formação do cisto.

O objetivo da compressa morna é, portanto, incentivar o corpo a absorver essas substâncias. O aumento da temperatura no local favorece a dilatação dos vasos sanguíneos e linfáticos, o que facilita o escoamento delas, e também dilata essa camada protetora, tornando-a mais permeável.

Deve-se evitar espremer o cisto, que tende a ser a primeira reação à sua presença. Embora se pareça com uma espinha de acne, e sua ocorrência esteja relacionada a essa condição, elas apresentam características e composições diferentes. No caso, espremer o cisto e causar a erupção do seu conteúdo aumenta o risco de inflamação e infecção do local. Portanto, deve ser evitado.

Drenagem

No caso de cistos um pouco maiores, especialmente caso esteja ocorrendo inflamação ou infecção, a realização da drenagem do nódulo se torna uma melhor opção.

A drenagem consiste em um procedimento minimamente invasivo e relativamente rápido que busca remover o conteúdo do cisto. É realizada uma pequena incisão na região do cisto, de forma a permitir a remoção controlada de seu conteúdo. Dessa forma, diminui-se totalmente seu volume, o que contribui para abrandar a infecção e a inflamação.

Para a melhoria dos sintomas, e para tratar ou prevenir a ocorrência de infecção, a drenagem é comumente seguida pelo uso de anti-inflamatórios e antibióticos.

Embora a drenagem seja um procedimento mais rápido e menos invasivo que a cirurgia, ela também é menos efetiva. O processo de drenagem não envolve a remoção da camada impermeável situada na parte inferior do mesmo. Portanto, a acumulação dos resíduos continua, o que significa que o cisto tende a voltar a crescer posteriormente.

Injeção de corticosteroides

Caso o cisto apresente inflamação de alta intensidade, tornando-o mais incômodo e dolorido, outra possível intervenção é a injeção de corticosteroides.

Corticosteroides são substâncias relacionadas à cortisona, hormônio produzido pelo corpo para regular a inflamação e o sistema imunológico. A injeção desse medicamento, portanto, contribui para amenizar a inflamação, reduzindo o incômodo, e pode também contribuir para a diminuição do tamanho do cisto. É, portanto, um tratamento para cisto sebáceo ainda menos invasivo que a drenagem.

Porém, corticosteroides são medicamentos mais fortes, e apresentam maior número de contraindicações e efeitos colaterais. Por exemplo, podem causar perda de apetite, dor de cabeça, insônia, aumento da pressão arterial, entre outros, além de possíveis complicações a curto prazo.

Porém, a injeção localizada e em menores doses também contribui para diminuir a possibilidade e intensidade desses possíveis efeitos. Essa questão, portanto, deve ser discutida com o dermatologista, que avaliará possíveis sensibilidades e a relação entre possíveis ganhos e riscos do tratamento.

Remoção cirúrgica

A remoção cirúrgica é o tratamento para cisto sebáceo mais efetivo, visto que possibilita a remoção total do cisto e de seu envoltório. Como qualquer cirurgia, apresenta maiores riscos e contraindicações, em especial o risco de infecção. Porém, no caso da remoção de cistos, envolve uma área menor do corpo, contribuindo para a diminuição desses riscos.

Esse tratamento pode ser realizado com cistos sebáceos de qualquer tamanho. Porém, é mais indicado para cistos de maiores dimensões (diâmetro maior que um centímetro), especialmente caso estejam inflamados, dados os riscos inerentes de procedimentos cirúrgicos. Por outro lado, não pode ser realizado caso o cisto esteja infectado, visto que isso aumenta a complexidade do procedimento.

O procedimento é relativamente rápido, necessitando apenas anestesia local. A remoção do cisto pode ser realizada através de dois métodos.

Um deles consiste na remoção direta e completa do cisto. A pele é aberta de forma a permitir visualizar o cisto por completo, e ele é retirado diretamente, com a parede intacta. É o método mais rápido, e se torna possível para cistos relativamente pequenos, dado a menor complexidade de realizar o corte sem danificá-lo.

Outro possível método consiste em removê-lo por etapas. Primeiramente, é realizada uma drenagem do fluido que ele contém, de forma semelhante ao processo de drenagem descrito anteriormente. Em seguida, realiza-se um corte maior, e retira-se a parede com o uso de uma pinça.

Em ambos os casos, há a remoção da cápsula do cisto, impedindo que a cápsula volte a acumular substâncias. Isso não impede que novos cistos se formem, mas diminui as chances e a velocidade de crescimento dos mesmos no local. Em ambos os casos, também é possível que seja necessário aplicar pontos para facilitar a cicatrização do local.

Sobre o cisto sebáceo

Tratamento para cisto sebáceo

Os cistos sebáceos, como o nome implica, são resultantes de uma disfunção das glândulas sebáceas, glândulas responsáveis pela produção da oleosidade da nossa pele. Nesse quesito, são similares à acne, também resultantes dessa disfunção.

A acne, porém, geralmente consiste em uma grande quantidade de pequenos focos de acúmulo de sebo e outras substâncias, comumente em associação à bactéria Propionibacterium acnes. As erupções individualmente tendem a se dissipar naturalmente em poucos dias, por isso, o controle ou cessamento da produção de óleo por parte das glândulas costuma ser um tratamento efetivo.

O cisto, por outro lado, consiste em um acúmulo localizado e de longo prazo dessas substâncias, sem a excisão natural desse conteúdo, como é característico da acne. As duas condições, porém, são relacionadas, e a ocorrência de acne e cravos aumenta a propensão à formação dos cistos.

Os cistos sebáceos são benignos, isto é, geralmente não causam complicações diretamente ou tendem a se espalhar pelo corpo, como é o caso de nódulos cancerígenos. Porém, quando apresentam grandes dimensões, apresentam maior tendência à inflamação e à infecção, fatos que podem ocasionar complicações mais graves.

Em geral, porém, tendem a ser diminutos e não apresentar sintomas além do incômodo visual, permitindo que seja possível conviver com sua presença caso desejado.

Diagnóstico

Para a identificação precisa do nódulo, é necessário consultar um dermatologista. O cisto sebáceo apresenta várias características próprias que o diferenciam de outros tipos de cistos e nódulos, porém, é necessário experiência e conhecimento do assunto para realizar essa diferenciação com exatidão. Alguns exames também podem ser necessários para o diagnóstico diferencial.

Dentre as características principais do cisto sebáceo, estão seu formato arredondado, a baixa consistência, e sua baixa influência sobre o aspecto da pele.

Geralmente, a presença do cisto não modifica a cor e o aspecto da pele, fora a formação de volume visível. Isto é, não afeta consideravelmente sua cor, mas pode torná-la um pouco mais amarelada ou esverdeada caso apresenta grandes dimensões, devido à cor do líquido que apresenta.

Ele apresenta um formato notavelmente esférico, às vezes um pouco ovalado, sendo, portanto, simétrico. A transição da pele acima do cisto para a pele comum é suave, o que gera a aparência de que há realmente uma “esfera” logo abaixo da pele.

Sendo constituído majoritariamente do líquido viscoso em seu interior, e apresentando paredes finas, se deforma facilmente ao toque, o que gera seu aspecto pouco consistente.

Em alguns casos, pode naturalmente desenvolver um orifício, através do qual podem sair os excessos do líquido acumulado. Caso apresente grandes dimensões, também pode ser dolorido ao toque.

Caso se inflame, porém, tende a adotar uma coloração avermelhada, característica do processo inflamatório, e apresentar sintomas como dor, calor, aumento da sensibilidade, e formação de pus.

O cisto pode se formar em qualquer parte do corpo. Porém, aparece com maior frequência na cabeça (especialmente no rosto), pescoço e na parte superior do tórax e das costas. São os mesmos locais em que a acne tende a ocorrer, devido à maior presença e atuação das glândulas sebáceas.

Convivência

Caso o cisto apresente pequenas dimensões e não esteja infectado, é perfeitamente possível conviver com sua presença e manejar seu crescimento e a ocorrência de possíveis inflamações. Isso pode ser feito em casa, quando necessário, sem a ocorrência de complicações, devido ao caráter benigno do mesmo.

Em alguns casos, com o manejo correto, é também possível que o cisto seja eliminado naturalmente. Por isso, a convivência pode ser uma boa alternativa à realização de tratamentos mais invasivos, como a drenagem e a remoção cirúrgica.

O crescimento do cisto tende a ser lento, portanto, pode demorar bastante tempo até que ele atinja dimensões preocupantes. Durante esse tempo, a aplicação de compressas de água morna contribui para desacelerar e reverter seu crescimento. Em caso de inflamação, o uso dessas compressas também contribui com uma ação anti-inflamatória.

É importante, porém, que essa rotina caseira seja adotada somente após o diagnóstico por parte de um dermatologista. Essa rotina só é efetiva no caso do cisto sebáceo e, possivelmente, de outros cistos semelhantes e benignos. Outros tipos de nódulos, especialmente nódulos malignos, requerem atenção mais direta e imediata, e apresentam diferentes métodos de tratamento.

O dermatologista também pode indicar o uso de anti-inflamatórios para o alívio dos episódios de inflamação.

Deve-se salientar que há tratamento para cisto sebáceo, mas não cura. Não há atualmente medicamentos que possam prevenir sua formação e crescimento. Portanto, é possível que novos cistos apareçam. Porém, de forma semelhante à acne, o controle da oleosidade da pele pode ajudar a preveni-los.

Conclusão

O cisto sebáceo (ou cisto epidérmico) é uma condição de pele benigna, ainda que possa causar certo desconforto visual. Não provoca efeitos nocivos diretamente, porém, especialmente quando atinge grandes dimensões, pode aumentar a propensão a infecções bacterianas, o que pode resultar em complicações.

Felizmente, é possível manejar seu crescimento durante o dia a dia, em especial com o uso de compressas de água morna, que ajudam também a combater inflamações. Em caso de infecção, porém, é preciso procurar atenção médica.

Porém, a realização desse tratamento caseiro só deve ser realizada seguida de um processo diagnóstico completo, realizado por dermatologista capacitado. O cisto sebáceo é visualmente semelhante a diversos outros tipos de nódulos, tanto benignos quanto malignos, e apenas o diagnóstico correto é capaz de direcionar ao tratamento correto.

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Sobre o autor:

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CRM-SP: 156490 / RQE: 65521. Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Residência Médica em Dermatologia pela UNIFESP. Pós-Graduação em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês (SP). Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP). Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA (Principles and Practice of Clinical Research).

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